Greve Geral: concentração da frente MVJ

Estaremos na greve geral dia 28 de abril, junto com a frente Povo sem Medo, Coletivo RJ-MVJ e Ocupa Dops, Lembrando os 100 anos da primeira greve geral no Brasil e somando na luta contra a reforma da previdência, trabalhista e a perda alucinante de tantos direitos duramente conquistados!
Preparem-se, o povo trabalhador não pode se calar no dia 28. Vamos parar o Brasil!

 
CONCENTRAÇÃO: Convidamos todos para concentração dia 28/4 às 13h ao lado da ALERJ/PAÇO IMPERIAL, onde estaremos realizando uma oficina de cartazes para marcharmos juntos até à Cinelândia 17h, onde começa o ato final, com falas e apresentações artísticas até o fim da noite.
Confirme presença aqui.

AS GREVES NO BRASIL – 100 anos de resistência:

– em 1905, foi criada a Federação Operária de São Paulo.

– em 1906, o Rio de Janeiro recebeu o 1º Congresso Operário Brasileiro, evento considerado a origem do sindicalismo no Brasil.

– em 1907, 1º de maio, eclodiu a primeira greve geral da história do Brasil. Durou até o meio de junho, foi reprimida com violência, mas conseguiu fazer com que muitas empresas adotassem a jornada de oito horas de trabalho.

– em 1917, A segunda greve geral começou em São Paulo na maior tecelagem do país: o Cotonifício Crespi. Em 9 de julho, os trabalhadores organizaram uma passeata. A polícia avançou sobre a multidão com seus cavalos e atirou. Antonio Martinez, um sapateiro, foi morto. Resultou na ampliação do movimento, que contou com a adesão de 50 mil pessoas, incluindo servidores públicos, e fez parar a capital paulista.

– em 1919, 1º de maio: manifestação sem precedentes no Rio de Janeiro. A polícia e o governo ficaram preocupados seriamente. Grande massa humana, ao longo da Avenida, dava vivas à liberdade e à igualdade. A polícia fechara a Federação (Operária), mas havia o Centro Cosmopolita, a União dos Tecelões, a União dos Operários em Construção Civil, a dos Sapateiros.

– em 1978, 12 de maio, nas fábricas de caminhões da Saab-Scania, em São Bernardo do Campo, São Paulo, cerca de 2 mil metalúrgicos cruzaram os braços pela reivindicação de 20% de aumento salarial. No contexto de arrocho dos salários e de fim do crescimento verificado durante o Milagre Econômico no Brasil, o movimento se alastrou para outras empresas, como a Ford, Mercedes-Benz e Volkswagen.Nascia o Novo Sindicalismo.

– em 1979, uma nova onda grevista surgiu nas cidades paulistas de Osasco e Guarulhos, além de outras localidades, mas contando desta vez com outras categorias profissionais além dos metalúrgicos, como professores, bancários, funcionários públicos, jornalistas, operários da construção civil, médicos, lixeiros e outras categorias.

– em 1980, uma nova greve ocorreu em São Bernardo do Campo, durando 41 dias e mobilizando 300 mil metalúrgicos. No Brasil não havia greves desta dimensão desde 1968. Acostumados com as negociações com os governos, os velhos dirigentes dos sindicatos da região foram superados por novas lideranças.

Essas MEMÓRIAS nos trazem a VERDADE dos interesses que motivaram os golpes 1964/2016, e na resistência de ontem encontramos a semente da luta de hoje!

A Greve Geral é por direitos, contra as reformas e é contra as injustiças. Pela JUSTIÇA, exigimos:

– a liberdade imediata de Rafael Braga!

– o afastamento imediato do juiz federal Alcir Luiz Lopes Coelho!

Somos tod@s filh@s da História
Somos tod@s filh@s da resistência

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Carta às mães das favelas

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Estivemos no ATO Acorda MP (19/04) organizado pela Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência por memória e justiça aos mortos do mês de abril e contra a inércia das investigações. Após o ato, uma militante do grupo fez uma carta às mães das favelas, sobre o que nos une na luta contra a violência de Estado.  Segue:

 

Para as mães das favelas, com muito carinho…

Não sou negra nem moro em favela, mas dor não tem cor nem endereço. Ela só machuca e machuca, e fere e dói e sangra. E fica. Fica pra sempre.

Eu sei disso porque acontece comigo. O mesmo Estado que matou seus filhos, matou meu pai em 1979, durante a ditadura militar de 1964. Como não podiam forjar um auto de resistência, porque ele não fazia parte da luta armada, os agentes do estado forjaram um suicídio. Dá no mesmo porque é mentira, e além da dor, sentimos a revolta da mentira imposta. E aí a minha vida, como a de vocês, acabou. Passei a ser outra pessoa, a viver outro mundo: o mundo em que convivemos com surdos que são pagos por nós para nos ouvir e não nos ouvem. Conhecemos os cegos, que são pagos para nos ver e não nos veem. Procuramos os que deveriam investigar e não investigam e os que são pagos para promover a justiça mas são rápidos em fazer a injustiça de nada fazer.

E um bolo vai se formando dentro de nós e não tem água de lágrima que desmanche. A gente chora e chora e chora o resto da vida, mas ele continua lá. Acho que esse bolo chama impotência. Fica mais amargo quando cruzamos na rua com quem matou e pensamos que ele, talvez, nunca seja punido.

Vocês são muitas, eu também. Somos muitos os filhos dos que, de uma forma ou de outra, resistiram à violência que se instalou no país em 1964. O tempo passou e agora somos também netos, mas a violência continua. Por isso estamos juntos, vocês e nós gritando, não desistindo, resistindo. Só a nossa resistência vai impedir que a violência de um estado, que deveria nos proteger, mas matou nossos filhos, nossos pais, nossos avós e também o que nós éramos, vença! Somos hoje mais fortes do que antes. Nosso objetivo, nossa luta, é não deixar que isto continue a acontecer. A vitória tem que ser nossa – e será!

Um abraço apertado em cada de uma de vocês.

Lygia Jobim – Coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça

Fotos do 31M

Ato dos 53 anos do golpe militar e contra a Reforma da Previdência!

 

Ato de 31 de março: o golpe de 1964 e a história que se repete

Na resistência de ontem encontramos a semente da luta de hoje. E resistência se faz na rua!

Nos vemos lá:

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Contra o terrorismo de Estado de ontem e hoje

Panfleto verso virado

Nós, enquanto coletivo de parentes e amigos de presos, perseguidos, mortos e desaparecidos políticos do golpe de 1964, entendemos a história da Ditadura Militar como herança do povo brasileiro, constituída na memória coletiva e não apenas uma herança familiar isolada:

SOMOS TODOS FILHOS DA HISTÓRIA

SOMOS TODOS HERDEIROS DA RESISTÊNCIA

Ambos os golpes, de 1964 e de 2016, são dados em contextos de direitos cassados e repressões sociais. Essa MEMÓRIA nos traz a VERDADE dos interesses que motivaram os dois golpes e na resistência de ontem encontramos a semente da luta de hoje. Buscar JUSTIÇA é lutar com a classe trabalhadora por:

  • fim do extermínio da juventude negra, pobre e favelada
  • desmilitarização da polícia
  • condenação dos agentes repressores do Estado (de ontem e hoje)
  • abertura dos arquivos da Ditadura
  • tratamento digno da população carcerária
  • revogação da Lei Antiterrorismo e da Lei de Segurança Nacional
  • revisão da Lei da Anistia
  • implementação dos encaminhamentos da Comissão Nacional da Verdade
  • pela reconstrução de direitos sociais, políticos e culturais

Veja como ficou o panfleto que distribuiremos no ato de 31 de março:

Concentração para a Greve Internacional de Mulheres

Filhos e Netos MVJ-RJ convocam a todos para participar da Greve Internacional de Mulheres neste dia 08 de março, na Candelária. O ponto de encontro será na frente da Igreja da Candelária, na entrada principal a partir de 16h, onde iremos colocar a faixa do Filhos e Netos para ajudar o encontro. Contamos com a presença de todos que possam ir para chegarmos fortes, junto com mais de 60 cidades no Brasil e de 50 países que também farão atos e paralizações. Até lá!

Nenhum direito a menos!
#8M
#NiUnaMenos
#VivasNosQueremos

 

convocacao 8 de março

Nota de repúdio

Em entrevista recente, o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, empossado por Michel Temer como conselheiro na Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, criticou a reparação econômica a atingidos pela ditadura militar. Na realidade, o trabalho do órgão vinha se destacando exatamente pelas políticas reparatórias que vão além do pagamento da quantia econômica, como o pedido oficial de desculpas, as homenagens aos que se opuseram ao regime ditatorial, testemunhos públicos e ações nas áreas de educação e cultura, como publicações, seminários, filmes sobre o período. É preciso que a sociedade conheça o que ocorreu.

A fala deste conselheiro representa o que há de mais atrasado e arcaico. Demonstra desconhecimento não só das referências adotadas por órgãos e tribunais internacionais de Direitos Humanos, mas da própria legislação nacional. A Lei 10.559/2002, que cria a Comissão de Anistia, prevê já em seu artigo primeiro o direito à reparação econômica para os anistiados políticos e está baseada na Constituição de 1988.

Esse direito está embasado no entendimento de que, durante os mais de 20 anos de regime ditatorial, milhares de projetos de vida foram interrompidos pela violência do Estado e instituições foram marcadas pelo autoritarismo estatal.

Embora o dinheiro não possa dar conta dos danos físicos e psicológicos da tortura ou pelo desaparecimento de um ente querido, a reparação econômica significa o reconhecimento simbólico dos erros cometidos pelo Estado no passado, além de compensar minimamente as perdas materiais ocasionadas por demissões, expulsões de universidades, impedimento de participação em concursos, e outras expressões da perseguição política. Reconhecer os erros do passado é condição para a construção de cidadania, para o fortalecimento da democracia.

Lembramos que foi somente por meio da intensa luta de ex-presos políticos e de familiares de mortos e desaparecidos que o Brasil, muito lentamente, adotou medidas para lidar com o legado do regime autoritário. O trabalho desenvolvido pela Comissão de Anistia pela reparação com memória e verdade não pode ser interrompido.

Na transição para a democracia, o país não consolidou ainda mecanismos para impedir a repetição das violências do Estado. Chacinas, desaparecimentos e execuções sumárias são evidências de que a permanência de um Estado que mata foi a principal herança da ditadura.

Nós, do movimento por memória verdade justiça e reparação, não aceitamos posições retrógradas que enfraquecem o processo democrático, desrespeitam lutas anteriores e representam mais um retrocesso em um cenário de retirada progressiva dos direitos da população.

Artigo escrito por integrantes do Movimento por Memória, Verdade e Justiça.

Histórico Filhos e Netos 1ª parte

Filhos e Netos por Memória Verdade e Justiça
(março 2014 à junho 2016)

Resumo da trajetória do grupo com vídeos, fotos, matérias e entrevistas na ordem cronológica

Coletivo RJ MVJ Ocupa Dops e Filhos e Netos MVJ RJ na passeata 31M 1
Filhos e Netos MVJ RJ, Ocupa Dops e Coletivo RJ MVJ na passeata 31M (31 de março 2017 Rio de Janeiro)

Introdução:

Por volta de março de 2014, dentro do projeto Clínicas do Testemunho-RJ (Comissão de Anistia), começam a se reunir segundas e terceiras gerações de afetados na ditadura civíl-militar brasileira (1964-1985). Os próprios integrantes haviam feito este pedido à equipe do Clínicas, que logo abriu espaço para nossas reuniões semanais. Tânia Kolker foi nossa ‘facilitadora’ nestes encontros, já que não tinham um caráter estritamente terapêutico. Assim foi se gestando o grupo, na busca de identidade e demandas comuns, ganhando gradualmente um caráter mais ‘militante’ pela memória, verdade e justiça. O marco fundador dos “Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça-RJ”, como grupo autônomo, se dá em audiência que realizamos sobre os “Efeitos transgeracionais da violência de estado” em 5 de dezembro de 2014 na UERJ, junto à Comissão Estadual da Verdade-Rio, Clínicas do Testemunho e Comissão de Anistia.

O grupo de Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça-RJ hoje é um movimento social independente, sem ligação partidária nem financiamento de qualquer natureza. Realiza atos políticos, pesquisa e projetos ligados ao tema da memória, verdade e justiça e da violência estatal de ontem e hoje. No Rio, nos reunimos toda semana. Interessados em visitar-nos, participar, entrevistar, entrem em contato pelo email ou Facebook:
filhosnetosmvjrj@gmail.com / Página Facebook

Histórico:

Mini documentário sobre projeto clínicas do testemunho, entrevistas com filh@s e net@s antes da fundação do grupo

Curta integrante do filme colaborativo “Um Golpe, 50 Olhares”. Um projeto organizado pelo CRIAR BRASIL e fomentado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, por meio do Projeto Marcas da Memória. Entrevista com Lígia Aquino e Leo Alves (F&N-MVJ).


2º anúncio público da criação do grupo Filhos e Netos MVJ-RJ (10/10/2014, CAARJ)


Matéria da TV BRASIL sobre a audiência pública “Efeitos transgeracionais da violência de estado” (05/12/2014, UERJ)

Ocasião da fundação oficial do grupo Filhos e Netos por Memória Verdade e Justiça! Testemunhos na Comissão Estadual da Verdade: Alan Brigagão, Fábio Campos, Leo Alves, Márcia Curi e Dario Gularte (F&N-MVJ)


Mini-documentário do ‘Subúrbio em Transe/Linhas de Fuga’ sobre a audiência pública ‘Efeitos transgeracionais da violência de estado’ (05/12/2014, UERJ)


Monólogo/testemunho da atriz gaúcha Rita Maurício

Rita Nachtigall Mauricio é filha de um estudante de medicina e poeta que foi preso durante a ditadura e enlouqueceu com a tortura. Trecho de seu monólogo (“Para sempre poesia!”) baseado nas poesias do pai foi encenado dentro da audiência pública ‘Efeitos transgeracionais da violência de estado’ (05/12/2014, UERJ) que marcou a fundação do grupo Filhos e Netos por Memória Verdade e Justiça.

Vídeo no facebook: clique aqui para assistir


Filhos e Netos MVJ-RJ convidados a compor a mesa de debates do “Sábado Resistente”, no Memorial da Resistência-São Paulo (28/02/2015)

Vale a pena aqui transcrever nossa fala no evento, pois sintetiza bem algumas de nossas pautas principais e foi longamente curtida e pensada em nossas reuniões:

O primeiro Sábado Resistente de 2015: debater as recomendações do Relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e o papel dos jovens nas estratégias de defesa e promoção do Direito à Memória, Verdade e Justiça

Boas vindas: Kátia Felipini Neves (Memorial da Resistência de São Paulo), Maurice Politi (Núcleo de Preservação da Memória Política).

Mesa: Rosa Cardoso (Comissão Nacional da Verdade), Sérgio Suiama (Ministério Público Federal), Leo Alves Vieira (Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça-RJ), Lira Alli (Levante popular da Juventude), Marco Aurélio Cesarino Braga (GT Juscelino Kubitschek – Faculdades de Direito da USP e Mackenzie), Ñaysandy Barret (filha da militante política Soledad Barret Viedma).

Esta foi a fala dos Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça-RJ:
Sou Leo Alves Vieira, músico, compositor e neto do Mário Alves de Souza Vieira, desaparecido político há 45 anos. Faço parte do recém-criado grupo de ‘Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça’ no Rio de Janeiro, dentro do projeto Clínicas do Testemunho, que é da Comissão de Anistia. Nesse projeto, depois de 6 ou 7 meses de gestação, houve o marco fundador do “Filhos e Netos” como grupo autônomo, uma audiência pública em 5 de dezembro passado, junto à Comissão Estadual da Verdade do Rio, Comissão de Anistia e Clínicas do Testemunho-RJ, na UERJ, sobre os ‘Efeitos Transgeracionais da Violência de Estado’. Então, nossa meta agora é (re)unir estas segundas e terceiras gerações de afetados pela ditadura civil-militar para fomentar militância e diversas outras atividades em prol da memória, verdade e justiça. Consideramos todas as 29 recomendações da CNV como importantes, mas nos debruçamos em 10 delas, para contribuir pro debate, sendo temas afins ao grupo. Vamos a elas. 7 delas pelo menos, para caber na minha fala:

Nº 1 / 29
1- Reconhecimento de responsabilidade: É necessário que as Forças Armadas reconheçam as graves violações de Direitos Humanos ocorridos em suas instalações e assumam a responsabilidade institucional pelas mesmas.
29- Prosseguimento e fortalecimento da política de localização e abertura dos arquivos da ditadura militar.

Consideramos que uma depende da outra (o que na verdade ocorre de certa forma com as demais recomendações), e, esse reconhecimento oficial é uma 1ª forma da própria instituição Forças Armadas “romperem” com esse passado, uma forma dos comandantes transmitirem para as tropas o repúdio a essas graves violações. Sem essa admissão, a mensagem de impunidade acaba se irradiando nas tropas e todas as instâncias militares. O que fazer?: Pressionar a comandante-em-chefe, a presidência da república, para que se mude os critérios de escolha dos comandantes das 3 forças armadas. Nossa crítica é direcionada à política de conciliação do governo federal, que permite que esta cadeia de impunidade se perpetue. Além da importância de mais um setor, instituição pública, fazer este desagravo, esta ‘mea culpa’ estatal, não só a Comissão de Anistia e a Secretaria de Direitos Humanos, por exemplo.

Nº 2 – Responsabilização dos agentes públicos;
• Se entende que a Lei de Anistia não pode continuar protegendo autores de crimes contra a humanidade. A Corte Interamericana deu evidências nesse sentido ao julgar o caso da Guerrilha do Araguaia.
• Recomenda-se, então, que os agentes do Estado envolvidos com episódios de tortura, assassinatos e outros abusos sejam investigados, processados e punidos.

Primeiro, é um dos pilares da Justiça de Transição, como explanou aqui o Sérgio Suiama. Sabemos que a Anistia de 79 não foi ‘irrestrita’, por exemplo, militantes prosseguiram encarcerados pelo chamado “crime de sangue”. Sabemos que não existe “auto-anistia”, como o fez o estado brasileiro nessa ocasião. E, acima de tudo, não se perdoa crimes de lesa-humanidade, e que o judiciário brasileiro está interpretando estes casos ao arrepio da convenção americana, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, da qual o Brasil é signatário. Consideramos que não basta apenas estabelecer a verdade, queremos a responsabilização criminal destes agentes públicos, que seja pela revisão da lei da anistia, para quebrar o ciclo de impunidade e violência estatal. Há uma ligação ‘umbilical’ entre a impunidade deste período e os mais de 90 mil desaparecidos do período ‘democrático’. Anteontem mesmo saiu um levantamento da Anistia Internacional que aponta que o Brasil de hoje é o país que mais mata no mundo, em termos absolutos, com mais de 160 mortes por dia! O que fazer?: Sensibilizar a sociedade brasileira como um todo, a sociedade civil, as instituições públicas e as instâncias jurídicas. Seja protestando, ocupando, realizando eventos político-culturais ou mesmo no debate interpessoal do dia-a-dia. País democrático não convive com tortura… Sem essa conscientização da sociedade, dificilmente o Superior Tribunal Federal fará a revisão desta lei.

Nº 4 – Proibição das comemorações do golpe militar de 1964;
• Deve-se proibir qualquer celebração oficial relacionada ao tema do golpe de Estado de 1964.

Consideramos que isto é simplesmente uma subversão da ordem democrática, uma apologia às violações de direitos humanos… isso já devia ser ‘contra a lei’ à priori.

Nº 15 – Garantia de atendimento médico e psicossocial permanente às vítimas de graves violações de direitos humanos;

De novo, um dos pilares da Justiça de Transição, a reparação terapêutica dos afetados pelo estado autoritário. De cara, gostaríamos de ressaltar que os descendentes destas pessoas também são vítimas, gostaria de saber da Dra. Rosa se há esse entendimento no texto da CNV. Isto é grande parte do trabalho do Clínicas do Testemunho e do grupo de Filhos e Netos, se debruçar, estudar e salientar os efeitos transgeracionais da violência de estado. O que fazer?: Demandamos que o projeto Clínicas do Testemunho (existente em 4 estados brasileiros) seja um ‘piloto’ para a criação de uma política pública de saúde… uma política publica de Estado, não só de Governo. Que seja uma proposta intersetorial, que envolva o ministério da Justiça, da Saúde (na capacitação de profissionais para esta escuta ‘específica’), da Educação (aí vai a questão das reformas curriculares), Secretaria de Direitos Humanos, etc. Talvez, começando com um ‘centro especializado’, criando essa ‘política de atenção’, ligada à questão da memória, verdade e justiça… entendemos que não é meramente uma questão técnica de saúde, é mais ampla, é política. Que essa política então se irradie, se capilarize pelos outros setores gradualmente, quiçá, que tenha condições para se incorporar ao S.U.S. A descrição dos efeitos trangeracionais, os benefícios do Clínicas do Testemunho, resultados terapêuticos e experiências dos integrantes do nosso grupo são tantos que posso comentar depois no debate, fico à disposição das perguntas de vocês. Não vai caber aqui na minha fala, e foge ao tema principal de hoje.

Nº 16 / 28
16- Promoção dos valores democráticos e dos direitos humanos na educação.
28- Preservação da memória das graves violações de direitos humanos.

Falando rapidamente da questão da memória. Mais uma vez, um pilar da Justiça de Transição. Criação de centros de memória por exemplo. Vale citar que alguns de nosso grupo de Filhos e Netos participam ativamente da campanha OCUPA DOPS, pela transformação do antigo prédio do DOPS, no centro do Rio, em memorial da resistência, um centro de referência para direitos humanos. Por isso estou contente de visitar pela primeira vez o Memorial da Resistência de SP, levarei esta experiência para meus colegas. Em relação à recomendação 16. Faremos atividades em escolas, como a realização de testemunhos em sala de aula, considerando a importância do testemunho como transmissão e construção de memória. Quem ouve um testemunho, torna-se, pra gente, uma testemunha da História. Além de ter também um ‘poder’ de reparação, em certa medida, para quem testemunha. Nosso colega Paulo Pires teve uma ótima experiência em uma escola de Teresópolis, onde foi convidado a dar seu testemunho. No final do ano letivo a mãe de uma aluna foi à escola agradecer especialmente pelo relato do Paulo, pois incentivou à filha a conhecer melhor, perguntando, história de familiar militante. Ligou mais um ‘fio-solto’. Queremos ter o cuidado de realizar essa transmissão, essa ‘irradiação’ como força de vida para construção de futuro, falar desse assunto ‘olhando pra frente’… Como diz o Dario de Negreiros: “Não existe democracia plena, é uma construção constante, é um porvir”, ou eu mesmo diria, um ‘devir’? Por isso mesmo, o engajamento da juventude é vital! E a luta continua… Por memória, verdade e justiça!”


Mesa de debate no Ocupa Dops: ‘memória e reparação’, com Eduardo Lociser, Maria Aida e Márcia Curi Vaz Galvão (04/04/2015)

Organizada pelos Filhos e Netos MVJ-RJ para o ato em descomemoração de 51 anos do golpe militar, em frente ao ex-prédio do DOPS-RJ, dentro da campanha OCUPA DOPS, pela transformação deste prédio da rua da relação nº40 em memorial da resistência/centro de referência de direitos humanos. Eduardo Lociser é psicanalista, psiquiatra e integra a equipe do Clínicas do Testemunho-RJ, Maria Aida é ex-presa política pernambucana, Márcia é integrante do Filhos e Netos MVJ-RJ e filha de Arakén Vaz Galvão e Gladys ‘Rina’ Celina Curi Bermúdez. Mediador: Leo Alves Vieira.

Fechando o ato Ocupa Dops: roda de samba resistente e intervenção urbana com fitas de Mariana Lydia Bertoche.


Criação do coletivo Filhos e Netos por Memória Verdade e Justiça do Rio Grande do Sul (25/04/2015)

José Carlos Moreira (comissão de anistia): “Momento histórico e emocionante! A criação do coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça do Rio Grande do Sul. Estou aqui emocionado com tantas narrativas de histórias difíceis que atravessam as gerações e ocorreram em Porto Alegre. Auditório lotado no Museu de Direitos Humanos do Mercosul”

leia a matéria completa Sul 21: clique aqui Jornalismo B: clique aqui

Sul 21 e Jornalismo B logos

“(…) ‘Estou viajando para fora. Em breve mando notícias’. Estas foram as últimas palavras que o gaúcho de São Sepé Lino Brum Filho recebeu do irmão, Cilon Brum Filho – uma das inúmeras vítimas do regime militar no Brasil (…) Para defender a continuidade do projeto, psicológicos, ativistas e pacientes da Clínica do Testemunho no Rio Grande do Sul fundaram o Coletivo de Filhos e Netos RS(Sul 21)

“(…) resistência daqueles que não se conformam com a atual versão dos fatos históricos do país: ‘agem como se a Ditadura não tivesse existido. A memória segue enterrada, mas somente a verdade será capaz de construir uma sociedade justa’, afirmou Anamaria Visintainer, cujo pai, Antonio Simão Visintainer, foi perseguido e preso durante a infância da filha (…) Com apenas 6 anos, Marília Benevenuto teve uma metralhadora apontada para si quando o Exército invadiu sua casa em busca do seu pai, Alberto Benevenuto, que se exilou na Argentina. A família continuou no interior do Estado e enfrentava a constante presença dos militares à espera de Alberto. A esposa dele estava grávida de gêmeos e, depois de uma visita do Exército à sua casa, entrou em trabalho de parto. No hospital, abortou involuntariamente os dois filhos” (Jornalismo B)


Aos Filhos e Netos gaúchos, com carinho (25/04/2015)

Pequeno vídeo feito do Rio para saudar os colegas do Rio Grande do Sul que acabam de formar o coletivo ‘Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça RS’, em audiência pública no dia 24/04/2015, Porto Alegre, com parceria ao SIG-Clínicas do Testemunho RS e Comissão Nacional de Anistia.
No vídeo temos 5 curtos depoimentos de Márcia Curi Vaz Galvão, Alan Brigagão Santanna, Dario Gularte, Fábio Campos e Leo Alves Vieira. Também há fotos e vídeos da audiência pública que marcou a fundação do grupo de ‘Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça RJ’, na UERJ em 5 de dezembro de 2014.


Filhos e Netos de São Paulo se reúnem! (30/04/2015)

Filhas e filhos, netas e netos de São Paulo começam a se encontrar – 2015

filhos e netos são paulo 2015


Despedida de Inês Etienne Romeu (29/04/2015)

Filhos e Netos MVJ-RJ estiveram no cemitério Parque da Colina (Niterói) prestando homenagem a Inês Etienne Romeu, única pessoa que sobreviveu à Casa da Morte de Petrópolis. Lá estava a ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, ex-companheira de cela de Inês.

leia a matéria completa: clique aqui

Filhos e Netos MVJ RJ no velório de Inês Etienne Romeu

“(…) Em tempo: Quando deixei o cemitério, Léo Alves estava indo procurar a ministra com um pedido: ele quer que a presidente Dilma receba os filhos e netos daqueles que morreram e desapareceram nas mãos de torturadores da ditadura civil-militar brasileira. Eu apoio” (Marcelo Auler, Jornal GGN)


Participação nas atividades da “Caravana dos 43 de Ayotzinapa” (12/05/2015)

Filhos e Netos MVJ-RJ representados, com falas emocionadas tanto no evento da UERJ (na foto: Marcia Curi) quanto na Cinelândia, onde Márcia esteve com os companheiros Diego Ferrari e Luís Zorraquino!
Em 2014, 43 alunos da Escola Rural de Ayotzinapa (México) desapareceram depois que foram presos pela polícia municipal. A irresponsabilidade das autoridades mexicanas na condução das investigações expõe um escandaloso acobertamento orquestrado pelos mais altos níveis do governo. Para saber mais: clique aqui

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Participação no Seminário de Psicologia da UFF (22/05/2015)

Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça/RJ compõe mesa junto com Clínicas do Testemunho-RJ, no Seminário de Psicologia da UFF – maio de 2015. Na mesa, Tania Kolker e Janne Calhau (Clínicas do Testemunho), Márcia Curi e Leo Alves (F&N-MVJ).


Conversa Pública: Políticas reparatórias para Filhos e Netos afetados pela violência de Estado (17/06/2015, CAARJ)

Evento organizado pela Equipe Projetos Terapêuticos RJ / Projeto Clínica do Testemunho e Grupo de Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça/RJ, com o apoio da Comissão Estadual de Verdade do Rio e da Comissão de Anistia/MJ. No mesmo evento, testemunhos na Comissão Estadual da Verdade: Anita Lins, Alba Brigagão, Pedro Luiz Moreira Lima, Lúcia Alves e Heliana Castro Alves (F&N-MVJ)

Relato parcial deste evento (pela CEV-Rio)
“Estamos aqui para tirar o capuz da dor e do sofrimento”, disse Rosa Cardoso em audiência com filhos e netos de atingidos pela violência de Estado
Em dezembro de 2014, em uma atividade da Comissão da Verdade do Rio, foi lançado o Grupo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça RJ. Desde então, outros dois grupos, em São Paulo e Rio Grande do Sul, foram instituídos. Para que novos integrantes se juntem ao grupo e para debater os efeitos, nas gerações seguintes, da violência de Estado sofrida pelos perseguidos políticos à época da ditadura militar, foi realizada, nesta quarta-feira (17/06), mais uma tomada de depoimentos desses filhos e netos.

“Nós queremos juntar as pessoas, que estão espalhadas, para falar sobre suas dores, suas marcas. Somos filhos, netos, sobrinhos, enteados de atingidos pelas ditaduras do Cone Sul. Fomos privados da nossa infância e, para que a gente não se sentisse tão sozinhos, esse grupo foi criado. Para deixarmos de ser um para sermos nós”, comentou Marcia Curi, que, ao lado de Leo Alves Vieira, fizeram uma fala inicial. Os dois já tinham prestado seu depoimento na atividade de 2014.
Alba Brigagão Ferreira, Anita Verçosa Lins, Heliana Castro Alves, Lúcia Alves e Pedro Moreira Lima compartilharam suas experiências e contaram como a militância política dos pais, a perseguição sofrida por eles, afetou suas vidas.
“Quando meu filho nasceu veio uma urgência em saber as histórias dos meus pais e criei coragem para questionar a minha mãe. Foi algo muito difícil. Após 30 de silêncio foram precisos dois, três anos de conversas esparsadas. Quero, sim, reparação, quero um pedido de desculpas aos meus irmãos também, que sofreram muito com toda essa situação. Quero que o Estado sinta o peso da culpa que a minha mãe sente até hoje”, desabafou Heliana Castro Alves, filha de Margarida e Francisco Alves, militantes de esquerda.

Ela contou que, entre 1968 e 1979, os pais foram perseguidos e presos três vezes, sendo barbaramente torturados em todas as ocasiões. A última prisão, em 1973, teria sido a pior, quando foram levados para o DOI-Codi de São Paulo. A mãe chegou a desobedecer uma ordem dos agentes que ordenaram que ela girasse a manivela para que o marido fosse torturado com choques elétricos. Passou a noite ouvindo a música “Eu só quero um xodó”.
“A lembrança que eu tenho é a do meu pai, correndo atrás de mim com um gravador para que eu falasse, já que, por conta de um atraso, só comecei a falar com 4, 5 anos de idade. Eu era uma menina muito fechada e meu pai se preocupava com isso. Passei por diversos testes e, em um deles, o médico perguntou à minha mãe: você conversa com seus filhos? O diagnóstico foi depressão materna”.

Além dos depoimentos houve um debate, com a participação de Rosa Cardoso, presidente da CEV-Rio, José Carlos Moreira, Conselheiro da Comissão de Anistia que, na ocasião, fez o lançamento de seu livro “Justiça de Transição – da ditadura civil-militar ao debate justransicional – os caminhos da reparação e da anistia no Brasil”, Flávio Serafini, Deputado Estadual (PSol) e filho de ex-preso político, e Felipe Nin, integrante da campanha Ocupa Dops e sobrinho de ex-preso político.
“Estamos aqui para tirar o capuz que era colocado nos perseguidos e nos torturados para não verem seus violadores. Tirar o capuz da dor, da humilhação, do sofrimento. Tirar os nossos capuzes da distância a que vemos esses acontecimentos. Essa dor é nossa também. Estamos aqui, na condição de Estado, para ouvir e acolher essas memórias, para reconhecer que houve crime e como forma de reparação, na tentativa de que essas dores não se repitam mais”, destacou Rosa Cardoso.

Flávio Serafini, filho de Carlos Alberto Serafini, perseguido politico argentino que se exilou no Brasil, contou que o projeto Clínicas do Testemunho foi muito importante para sua família e para que ele entendesse melhor como isso tudo faz parte da história dele. “Ouvir esses relatos, que mexe com todos nós, é muito importante até para eu conseguir contribuir nessa luta enquanto militante e filho de preso político. Temos que, de fato, concluir a vitória da democracia, dos Direitos Humanos e derrotar àqueles que se apropriaram do Estado para defender seus interesses”, disse ele, que completou: “Para isso temos que fazer essa disputa pela memória, que os locais sejam transformados em espaços de memória para que a sociedade não se esqueça e para que as vítimas sejam lembradas sempre, desmilitarizar a polícia, pensar em mecanismos de reparação desse Estado violador e desfazer a lógica da guerra que a ditadura colocou na nossa sociedade”. Renata Sequeira (Ascom/CEV-Rio)


Comissão Nacional da Verdade entrega relatório final ao Arquivo Nacional (24/07/15)

Filhos e Netos MVJ-RJ presentes à cerimônia representados pela companheira Lygia Jobim, que concedeu entrevista à rede venezuelana TELESUR, na entrega do acervo da Comissão Nacional da Verdade ao Arquivo Nacional.


Movimentos sociais demandam continuação dos trabalhos das Comissões da Verdade (07/08/2015)

Parte da matéria entrevista integrantes do Filhos e Netos por Memória Verdade e Justiça RJ, que contam um pouco da história e pautas do coletivo. Entrevistas: Márcia Curi Vaz Galvão e Leo Alves Vieira.

filhos e netos 2015 entrevista no museu


Entrevista no ato em defesa da democracia 20 de agosto 2015 (Brasil de Fato)

Contra golpe, pela democracia e por Memória, Verdade e Justiça! Com esta demanda, em cartazes, Filhos e Netos MVJ-RJ estiveram na rua dia 20 de agosto, caminhando em defesa da democracia. Foi entrevistado pelo ‘Brasil de Fato’ na Cinelândia. Entrevistas: Marcia Curi Vaz Galvão, Leo Alves e Pedro Moreira Lima.


Ato dos 36 anos da Anistia (29/08/2015)

Filhos e Netos MVJ-RJ estiveram dia 29 de agosto em frente ao ex-prédio do DOPS-RJ, somando ao ato e com colegas nossos participando da leitura de poesias.
“Encerramos a Semana da Anistia no Rio com o Ato dos 36 anos da Anistia. Ex-presos, filhos e netos, militantes e acadêmicos unidos por memória, verdade e justiça!” (Paulo Abrão – presidente da Comissão de Anistia).

militancia na semana da anistia 2015


Seminário Psicologia, Políticas Públicas e Direitos Humanos (12/11/2015)

“Seminário Psicologia, Políticas Públicas e Direitos Humanos” do CRP-RJ, na UERJ, Heliana Castro Alves foi uma das palestrantes, em nome do grupo de Filhos e Netos MVJ-RJ. Confira nos vídeos abaixo.


Atos Fora Valencius! no Rio (14 e 18/12/2015)

Atos Fora Valencius! no Rio: Filhos & Netos presentes com fala, marchando, panfletando! (ALERJ e Cinelândia 14 e 18/12/2015). Companheira Paula Urzúa Taleikis esteve na organização dos atos e fez diversas falas.

leo alves ato fora valencius

Fala do grupo no 1°ato (Leo Alves):
“Venho falar em nome do grupo de Filhos & Netos por Memória Verdade e Justiça, e como cidadão que luta pela saúde pública universal e gratuita.
A luta antimanicomial e pela reforma psiquiátrica é historicamente concomitante à da luta contra a ditadura civil-militar e às graves violações de direitos humanos.
Sou neto de desaparecido político, Mário Alves, que, dentre várias torturas, como tantos outros presos da época e usuários também, levou choques elétricos!

Mas, chocante são as declarações do Valencius Wurch ao JB ainda em 1995, dizendo que a reforma psiquiátrica é ideológica…
Ideológica é, só não é a ideologia dele, a da morte!
Dizendo que a reforma psiquiátrica não é científica…
Valencius Wurch jamais escreveu um artigo acadêmico/científico sequer, tampouco em outra publicação do ramo.
Chocante é lembrar que na ditadura um ministro da saúde era também, ao mesmo tempo, DONO da Dr. Eiras de Paracambi, o maior manicômio particular da América Latina, que chegou a um pico de 2000 internos, sendo 100.000 em todo Brasil antes da reforma psiquiátrica.
Evidente que o objetivo era LUCRO!
O objetivo era nos prender, nos isolar, mas… Não vão NOS CALAR!
(Coro geral: “não vão nos calar!”)
Se Valencius não cair estaremos assistindo o início do retrocesso, da falência da saúde pública, da saúde mental no Brasil.
O nome dele não é Valencius,
O nome dele é FALENCIUS!
Pela vida pela paz, tortura nunca mais!” (coro geral: “pela vida pela paz, tortura nunca mais!”)


Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça RJ convidados às cerimônias de entrega do relatório final da Comissão Estadual da Verdade do Rio (10 e 14/12/2015)

Cerimônias de entrega do relatório final da CEV-RJ no Palácio Guanabara 10/12/2015 & OAB-RJ, 14/12/2015. Falas: Márcia Curi Vaz Galvão e Leo Alves. Intervenção no Palácio: Fabiana Lalane, Heliana Castro Alves, Lygia Jobim e Leo Alves.

Leia a reportagem completa: clique aqui

Filhos e Netos MVJ RJ convidados às cerimônias de entrega do relatório final da CEV Rio no Palácio Guanabara

“(..) na cerimônia, integrantes do Grupo de Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça, movimento social suprapartidário de direitos humanos, fizeram a leitura de um poema em que lembraram os desaparecidos da ditadura e dos casos que ainda ocorrem atualmente, como o do pedreiro Amarildo, na Favela da Rocinha, envolvendo policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade. Depois eles apresentaram uma lista de pedidos ao governador, entre eles a punição e identificação de agentes públicos envolvidos em torturas e assassinatos. “A gente espera que as reivindicações se transformem em realidade. A gente sabe que não é de uma hora para outra. É uma luta difícil, mas estamos lutando e, talvez, ocorra bem rápido, a transformação do prédio do ex-Dops”, disse à Agência Brasil a professora Marcia Curi Vaz Galvão”
(Jornal do Brasil 11/12/2015)

“(…)Na sequência, falou Leo Alves Vieira, representante do Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça, movimento social independente, autônomo e suprapartidário que, formado em 2014, reúne familiares de vítimas da Ditadura Militar. ‘Nosso objetivo é a divulgação e apoio a projetos que contemplem a pauta MVJ, relacionada às violações de direitos humanos tanto no passado quanto no presente’, disse o militante, que introduziu a leitura de um poema que foi declamado por membros do grupo na plateia, fazendo referência aos mortos e desaparecidos da Ditadura e da democracia – como o pedreiro Amarildo de Souza, torturado e morto por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da grande favela da Rocinha. Para Leo, além da ‘continuidade do trabalho das Comissões da Verdade no Brasil, nunca esquecendo das violações de direitos humanos do presente’, é necessário que ‘essas comissões realizem mais atos públicos, nos espaços públicos, nas ruas, nas praças'”.
(CRP-RJ 15/12/2015)

cerimônia de entrega do relatório final da CEV RJ na OAB
Cerimônia de entrega do relatório final da CEV-RJ na OAB-RJ 14/12/2015

Homenagem do Comitê de Prevenção e Combate à Tortura (CEPCT-RJ) aos 30 anos do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ

Filh@s e Net@s rendem homenagem ao grupo “Tortura Nunca Mais” dentro do vídeo do CEPCT-RJ, com entrevistas às companheiras Pâmella Passos, Fabiana Lalane, Olga Lins e Leo Alves Vieira. Um grupo que dispensa apresentações, incansável na luta contra a violência institucional no Brasil do passado e do presente. Que trouxe e trará muitas conquistas na difícil busca por JUSTIÇA nos casos de graves violações de direitos humanos neste país. Porque, quanto à MEMÓRIA e VERDADE já fez tanto! (e fará ainda mais), sendo durante tantos anos uma das poucas referências de acervo e pesquisa dos crimes de lesa humanidade cometidos pelo Estado desde à ditadura civil-militar brasileira. Que inspira as novas gerações a continuar a luta!


Projeto GT Educação do Filhos e Netos MVJ-RJ em escolas públicas

Entrada em escolas para levar o testemunho de 2as e 3as gerações de afetados pela repressão na ditadura civil-militar brasileira, nós, filhos da resistência. Além de debate aberto entre os alunos, em conversa fraternal (nunca professoral, não é palestra) sobre a temática da violência de estado, troca de histórias, pelo direito à memória, verdade e justiça e atividades artísticas. Nas fotos, a ida de Márcia Curi, idealizadora do projeto, com os testemunhos de Olga Lins na escola estadual Julia Kubitschek e de Heliana Castro Alves na Escola Estadual CAIC/Reverendo Hugh Clarence Tucker.


Audiência pública: direito à Memória, Verdade e Justiça (OAB-RJ 04/04/2016)

Organizada junto à comissão de defesa dos direitos humanos da ALERJ e mandato do deputado Flávio Serafini com a Coordenadoria estadual por memória e verdade, Ocupa Dops, Filhos e Netos MVJ-RJ e Coletivo RJ memória, verdade e justiça. Lygia Jobim estava na mesa em nome dos Filhos e Netos MVJ. Foram apreciadas emendas legislativas em prol da memória e verdade no estado do Rio de Janeiro, fruto da elaboração conjunta entre movimentos sociais e a comissão estadual da verdade RJ, e debate com a plenária lotada!


Debate: democracia e liberdades na conjuntura política atual (Cap UERJ, 20/04/2016)

Representando os Filhos e Netos MVJ-RJ, nosso companheiro Diego Ferrari foi palestrante junto com o vereador Renato Cinco. Três semanas depois dessa atividade o Cap foi ocupado pelos alunos. Muitos dos protagonistas da ocupação estiveram presentes e participantes ativos do debate.

fn no democracia e liberdades na conjuntura política atual


Aula Pública no direito UERJ (UERJ, 12/05/2016)

No primeiro dia de governo do Temer, foi uma atividade organizada pelo coletivo de greve da UERJ. Companheiro Diego Ferrari, do Filhos e Netos MVJ-RJ foi convidado a falar sobre pesquisa militante, sobre sua experiência na Escola Nacional Florestan Fernandes do MST. Foi uma apresentação dessa revista abaixo. Para ler: clique aqui

fn na Aula Pública no direito UERJ 2016


Conversa Pública Ocupa Clínica do Testemunho – a reparação psicológica dos afetados pela violência de Estado como um processo público/coletivo (Escola Estadual Amaro Cavalcanti 14/05/2016)

Filhos e Netos MVJ-RJ participaram ativamente da organização deste evento lotadíssimo no Ocupa Amaro e tiveram fala pela companheira, mãe e professora da rede estadual Márcia Curi Vaz Galvão. Abaixo, o programa do evento, onde a mesa com os alunos das ocupações foi a mais rica de todas, devemos todos aprender com estes bravos secundaristas do Rio de Janeiro.

1) Mesa “Violência de Estado e reparação psicológica em contextos de ameaça ao Estado Democrático de Direito”
Participantes: Carol Proner, Eduardo Losicer, Jean Willys, Luciano Elia e Osvaldo Saidon.
Coordenação: Tania Kolker

2) A potência da ocupação – testemunhos
* Coletivo RJ, Memória, Verdade e Justiça e Campanha Ocupa DOPS – Ana Bursztyn-Miranda
* Comitê de Acompanhamento da Sociedade Civil da Comissão de Anistia – Jessie Jane Vieira de Souza
* Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça – Marcia Curi Vaz Galvão
* Frente Estadual em Defesa do SUS e da Reforma Psiquiátrica/RJ – Thiago Ferreira
* Levante Popular da Juventude
* Ocupa Caíque/Reverendo
* Rede local do Clinicas do Testemunho RJ – Vera Vital Brasil.
Coordenação: Pedro Strozemberg

3) Psicodrama público
Coordenação: Osvaldo Saidon.


Ato contra o genocídio da juventude negra 2ª Audiência Pública (TJRJ, 30/05/2016)

Palavras do companheiro Diego Ferrari que esteve lá para dar o apoio do Filhos e Netos MVJ-RJ: “Hoje, lutar por Memória Verdade e Justiça, é lutar pelos Direitos Humanos no presente. Pelos 5 de Costa Barros. Contra o genocidio. É preciso estar presente”.
A ditadura para o povo negro, jovem e favelado não terminou nunca!!!


Apoio dos Filhos e Netos MVJ-RJ às escolas ocupadas no Rio de Janeiro (entre maio e junho 2016)

O grupo esteve presente para apoiar as ocupações dos secundaristas nas escolas e na Secretaria de Educação-RJ, conversando, debatendo, ajudando a proteger, realizando eventos conjuntos ou apenas fazendo um almoço ou café da manha coletivo. Com os informes e coordenação da nossa professora Márcia Curi e GT Educação do grupo, o companheiro Luis Zorraquino esteve na Ocupa Herbert e junto com a também professora e nossa irmã-companheira Pâmella Passos no Ocupa Cairú. Na frente da SEEDUC, vários companheiros e companheiras estiveram batalhando para trazer advogados, fazer entrar comida para os alunos, passar e repassar informes urgentes. Companheiro Fábio Campos e outros fizeram vigília no Ocupa Amaro quando das ameaças de invasão violenta por parte de grupos de direita – numa reação chamada ‘desocupa’, ocorrida em outras escolas ocupadas naquela altura. Bravos secundaristas, meninas e meninos direto do coração da resistência, todo apoio!